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O braço-de-ferro entre Itália e Bruxelas por causa do projeto orçamental italiano só poder ter maus resultados se não for encontrada uma solução, concordam os eurodeputados Maria João Rodrigues (PS) e Paulo Rangel (PSD), em declarações à Lusa.

A vice-presidente do grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) Maria João Rodrigues defendeu uma terceira via para o braço-de-ferro entre o Governo italiano e a Comissão Europeia: a da adoção de um orçamento para a zona euro.

Se não for encontrada uma solução, “o preço a pagar é o da subida de forças nacionalistas que, a prazo, podem fragmentar a UE”, sublinhou.

Também o vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE) Paulo Rangel salientou que “a situação é extremamente grave, não pela proposta apresentada, mas pela atitude do Governo italiano, porque se recusa a negociar. É uma posição política, é uma posição populista e demagógica, que basicamente visa tirar dividendos internos”.

Ambos concordam em discordar da que é a posição assumida por Roma e que, para a socialista “não permite abrir uma verdadeira solução para Itália”, enquanto o social-democrata defendeu nem ser “uma questão de programa económico para Itália, penso que é uma questão de marca uma posição antieuropeia no contexto interno”.

No que respeita a possíveis saídas para o contencioso entre a Comissão Europeia e o Governo italiano, o vice-presidente do PPE defendeu que este “pode escolher caminhos alternativos, desde que respeite as regras fundamentais da zona euro”, ou optar por aquilo que qualificou como o “caminhar para uma lógica [Alexis] Tsipras [o primeiro-ministro grego], que é a lógica de que se diz uma coisa e faz-se outra que, no fundo, também é a lógica António Costa”.

“A solução é dotar a zona euro de um orçamento”, disse, por seu lado, a vice-presidente dos S&D, uma vez que só assim se consegue compatibilizar uma maior necessidade de investimento e a criação de emprego com a exigência de responsabilidade orçamental.

“Se não houver essa capacidade, o risco que estamos a correr é o de haver uma perda de autoridade da União Europeia (UE) e também de cooperação e de coordenação”, adiantou Maria João Rodrigues.

A adoção de um orçamento para a zona euro, defendeu ainda é uma das componentes por completar da União Económica e Monetária.

Rangel alertou ainda para o risco de um “agravamento muito grande da situação macroeconómica da Itália, o arrastamento das economias da zona euro, incluindo a portuguesa”.
A Comissão Europeia rejeitou esta terça-feira o plano orçamental de Itália para 2019 e deu ao Governo italiano três semanas para apresentar um novo orçamento.

A Itália é o primeiro país a ver o seu projeto orçamental “chumbado” pela Comissão Europeia desde a implementação do “semestre europeu” de coordenação de políticas económicas e orçamentais, instituído em 2010.

O “orçamento do povo”, como foi batizado pelo executivo italiano de coligação populista, que inclui o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a Liga, inclui 37 mil milhões de euros de despesas extras e uma redução de impostos, para “cumprimento de promessas eleitorais”, o que elevará o défice a 22 mil milhões de euros.

Além de Itália, Bruxelas pediu este ano clarificações a cinco outros Estados-membros, entre os quais Portugal.

Agência Lusa