Num contexto de novas políticas industriais em desenvolvimento pela Comissão Europeia, de uma mudança de foco do Pacto Ecológico Europeu para a competitividade e de crescentes tensões geoeconómicas internacionais, o envolvimento em discussões construtivas e multissetoriais sobre política industrial é essencial.
Desde a publicação do relatório Draghi, há um ano, a competitividade tornou-se o tema principal da Comissão Europeia. No entanto, a definição de competitividade permanece confusa e a narrativa em torno da mesma problemática também. Em nome da competitividade, são promovidas diferentes iniciativas que implicam a desregulação e o retrocesso nos compromissos verdes. Noutros casos, assistimos a apelos à canalização de subsídios para as grandes empresas estabelecidas. Embora o Pacto Ecológico Europeu procure conciliar as preocupações climáticas e de competitividade, a sua implementação enfrentará muitos desafios.
A conferência debateu os objectivos da política industrial europeia e explorou a combinação necessária das dimensões limpa, justa e competitiva. O que é a competitividade e o seu papel na concretização dos objectivos da política europeia? Como podem as políticas industriais ser moldadas de forma a apoiar uma transição justa, incluindo a descarbonização acelerada, os direitos dos trabalhadores e uma melhor qualidade de vida e ambiente para todos? Quais devem ser os objectivos e a visão da UE para o comércio, em coerência com a sua política industrial e a transição justa?
A Professora Maria João Rodrigues, Presidente da Fundação para o Progresso Europeu (FEPS), participou nesta conferência, organizada conjuntamente pela FEPS e pela Fundação Friedrich-Ebert (FES), em colaboração com o Grupo S&D no Parlamento Europeu, o Grupo PSE no Comité das Regiões Europeu, a Confederação Europeia de Sindicatos (CES), a IndustriAll Europe e a SOLIDAR.